Boas vindas
Gostamos do sentido.
Gostamos do que
sentimos.
Protegemos a vida a partir dos
sentidos.
Regressamos ao passado e gostamos de alguns pormenores
que atestam o caminho. Que fizeram
sentido.
Da nossa cultura, da natureza, ressoam vestígios do bom
e do belo que nos mantêm de pé e nos fazem
despertar
para o princípio e o fim das coisas.
A eternidade começou com o sentido.
Que razão assiste a tudo
isso?
Ao que vemos sem ver,
Ao que temos sem ter, ao que somos sem
ser?
Já vimos que nascer e morrer são actos simples.
Eles atestam a eternidade das coisas e dos
seres.
Quer continuem quer desapareçam.
O belo e o bem ultrapassam todas as fomes e
sedes da nossa procura.
Persistem na forma das coisas
velhas e das coisas novas.
Das coisas que nos garantem um sentido,
um sopro,
uma palavra.
Porque teimamos e nos defendemos do que é novo,
do que é velho? Quem pode dar-se ao luxo de atirar
as palavras fora?
Será possível fotografar uma
palavra?
Haverá sentido neste sopro?